José Porvinho é aquele lado de mim, que também pode estar dentro de cada um de vós(nós)...


Quem sou eu?

José Porvinho

Um escritor a descobrir

José Porvinho

José Porvinho é um (o) Anónimo José Qualquer.

José Porvinho é aquele lado de mim, que também pode estar dentro de cada um de vós (nós). Aquele pedaço dele que existe em todos os outros... assim como ele.

O José vive numa pequena terra do Interior e escreve-vos a partir daí. De um mundo rural e serrano; onde a Natureza marca pontos, mas onde as oportunidades ainda vão marcando passo.

Tenta ser um observador discreto, mas atento; anónimo, mas presente. Demonstrativo de como qualquer vida, por mais banal que transpareça e por mais anónima que conste, também tem muito para tecer e contar. Gente vulgar, mas importante.

Assume o papel de um rural convicto e faccioso e de um sonhador obstinado e renitente, que acredita no futuro e em todas as voltas que o mundo tem ainda para (nos) dar.


O LIVRO

O livro em suma, é um caderno diário com um pouco de tudo e um tanto de nada.
Um Diário de Bolso à solta e sempre disponível a captar mais um pouco do nada que nos preenche, numa perspectiva fiel e anónima sobre a vida.
Um Bloco de Apontamentos sempre pronto a ver espelhado o pensamento livre e a levantar dúvidas circunstanciais sobre nós, os outros e ele próprio.

É um documento apartidariamente político e socialmente intencional. Um estranho retrato do dia-a-dia; no mundo, no nosso país, na nossa terra, na nossa casa e com a nossa consciência. Num tudo a nu comprometedor, mas assumido.

Inconfidências e ... são: inconfidências e observações; imprevistos e provocações; composições e abstracções; questões e desabafos. De tudo um pouco, numa partilha de momentos e de histórias.

Melhor Posição

Na paz, assim como na assunção do melhor da vida, todos os mais importantes e mais poderosos, estão sempre na linha da frente. Se necessário, ultrapassando e metendo-se à frente de todos nós e em todas as situações. E “o povo povinho é verbo de encher”!
Na guerra, assim como na assunção do pior da vida, todos os mais importantes e mais poderosos, estão sempre na linha da retaguarda. Se necessário, empurrando e escondendo-se atrás de todos nós e em todas as situações. E “o soldado soldadinho é carne para canhão”!

Extracto do texto: Humildade

- Sobre os que já sabem tudo e que já fizeram e aconteceram…

Costuma-se ouvir: “Eu já não tenho que provar nada. Eu já fiz e aconteci. Eu já...”

Tolo daquele que acha, que não precisa de provar nada. Nada mais enganador. Um indivíduo, tem é que provar todos os dias, as suas capacidades, responsabilidades, eficácia, ... Senão, é um enganador.
Engana-se a ele, mente-nos a nós, desgasta o país e desilude os próprios filhos.


Explicação

SEM EXPLICAÇÃO
- Então?
- Então, o quê?
- Isso, como é que explicas?
- Ora, como é que eu hei-de explicar? Sabem, é que…


Mas as palavras ficaram presas, penduradas… não saiam. Fugiam; ou melhor, não apareciam. Entaladas na garganta. Engolidas. Nem iam nem vinham. Sem palavras… sem explicação!

E não explicou nem foi preciso. Ficou tudo logo ali escarrapachado, mais que bem explicado no seu silêncio. Tudo dito!

O Amor é...

Dizia alguém:
- O amor é cego, surdo e...
- E mudo! Disparou num repente um outro alguém.
- Mudo não, estúpido! Vociferou em voz alta o primeiro.
- Então é o quê?
- Eu repito, mas deixa-me ir até ao fim: “O amor é cego, surdo e... estúpido!
- Estúpido!? Então estúpido porquê?
- Então porque... devia ser mudo e não é!!!

A culpa não é de ninguém

Qual crise, qual “carapuça”.
De mim, é que não é a culpa!
Isso é o que todos dizem. É caso para dizer que somos todos uns inocentes. Coitados de nós, sempre vítimas de não se sabe muito bem o quê.
A culpa de nós é que não é!
Até somos todos muito responsáveis, bons profissionais, até fazemos coisas importantes e muitas vezes mais do que devíamos; portanto, definitivamente, não é nossa a culpa!
A culpa, não é dos patrões, dizem os patrões.
A culpa, não é dos empregados, dizem os empregados.
A culpa, não é dos privados, dizem os privados.
A culpa, não é da função pública, dizem os funcionários públicos.
A culpa, não é dos políticos, dizem os políticos.
A culpa, afinal e de facto, não é de ninguém!
Ou talvez seja. É isso, é do sistema.
Como é que nos poderíamos estar a esquecer do sistema, esse monstro horrível. Agora já podemos todos dormir mais descansados, pois mais nada poderemos fazer. A culpa, de nós é que não é!
Se calhar, não há é nenhuma crise. Até nunca vivemos tão bem. E ainda bem. Só não percebo é porque se insiste em falar da crise. A mim, o que me importa tão simplesmente, é que me deixem sossegadinho, no meu canto e não estejam para aí com ameaços, de que não me sobem o ordenado acima da inflação, de que me cortam na reforma, de que vou pagar mais de electricidade, de água, de gás, de juros, de portagens, de combustíveis, de propinas, de... e, mais e mais. Pronto, eu protesto, eu não aceito que assim venha a ser; porque a culpa não é minha!
É isso, a culpa a haver é dos outros. Claro e evidente, mas é que não tenho qualquer dúvida; de mim é que não é!
Já sei. A culpa é do capitalismo e das multinacionais. É do Euro e da União Europeia. É dos americanos e dos árabes. Dos pesticidas e do ambiente. Dos agricultores e dos comerciantes. Dos políticos e dos sindicalistas. Do mercado único e dos chineses. Da comunicação social e da CP e da TAP e da Cultura e da Educação e dos tribunais e dos engenheiros e da juventude e do futebol e dos estádios e dos construtores e dos concursos e das novelas e dos feirantes e dos... e dos...; de mim é que não é!
Porque é mesmo assim. A mim ninguém me dá nada. Eu trabalho, eu cumpro, eu pago, eu participo e ajudo, eu faço, eu..., eu sou um cidadão ideal, que já tem obrigações a mais e de mais; exijo é mais direitos e mais ordenado e menos trabalho e menos responsabilidade e que não me chateiem, nem me digam nada. E que me ouçam, que me ajudem mais, que ensinem melhor os meus filhos, que os levem a casa, que lhes paguem os livros e as refeições. Mais, exijo que não se pague nada nos hospitais e nas farmácias e que nos atendam quando nós pretendemos, sem esperas, com bons modos e com o melhor profissionalismo e competência. Aliás, também quero uma casa melhor e um bom emprego para o meu tio, a minha sobrinha e a minha cunhada. É que eles são todos bons, não é por serem da minha família; não lhes têm é arranjado um emprego compatível com as suas habilitações. Porque, para quem andou a estudar até ao 9º ano, não podem aceitar qualquer coisa. Ou então, que o façam eles. Eles? Mas eles quem? Ora, os outros – os culpados. Pois, se fossem todos como eu... isso é que era. Estávamos todos bem. Isso é que é a realidade. Mais uma vez, eu é que não tenho culpa!
Outra coisa; eu quero lá saber da construção europeia, da NATO, do buraco do ozono ou das espécies ameaçadas e do,... Bem, eu não fiz nada que prejudicasse fosse o que fosse; aliás, muitas das coisas que acontecem de mal, eu até só sei pelos outros e pelas televisões. Eu estou de consciência tranquila e isso é que conta; jamais a culpa foi minha!
E sobre a Europa? Mas, eu quero lá saber da Europa. Eu nem nunca saí de Portugal. E sobre isto e aquilo, evitam de perguntar mais; pois, não fui eu!

Puros Enganos


Como é que tantos Indianos continuam a ganhar a vida, a vender rosas pelos restaurantes citadinos? E pelos vistos, o negócio não vai mal. Pois, aparecem mais e mais, a vender e pelos quatro cantos do mundo, parece-me!
Mas, afinal quem compra e porque compra?
Quem compra, será alguém que aproveita a cor forte da rosa, para seduzir a mulher que o acompanha. A mulher, elegantemente deixa-se seduzir e o Indiano, lá fez o seu negócio.
Ou então, numa outra versão um pouco mais rebuscada, ou talvez mais pragmática. O homem, aproveita a compra da rosa, para ver se consegue enganar a mulher. A mulher, independentemente de o homem a conseguir de facto enganar ou não; deixa que ele pense que gostou muito, enganando-o na perfeição. Por sua vez, o Indiano enganou-os a ambos com muita pinta!
E não será, que o produtor de rosas também não está a enganar alguém? E os donos dos restaurantes?
Afinal, se calhar, não passará é tudo de puros enganos!

INDECIFRÁVEIS DESCONTENTAMENTOS

“Corremos Ceca e Meca” para aqui chegar. E agora que aqui chegámos, já queremos ir embora. Não é o pão-nosso de cada dia, mas acontece-nos vezes demais.
Existe uma procura quase impraticável e um descontentamento quase indecifrável; daquilo que queríamos só até o termos; e de onde desejaríamos estar, só até lá chegarmos. Deixando no ar, a ilusão de uma insatisfação desejada ou de uma insanidade consciente – o que nos atrapalha suficientemente o nosso viver, já por si demasiado atroz.
Se calhar, somos é demasiado exagerados nos Km.s que fazemos, uns exigentes do caraças na atenção que pretendemos e uns indecisos de primeira na procura dos nossos desejos e vontades mais evidentes.
Queremos e ansiamos sem saber muito bem o quê, como se ainda não nos conhecêssemos o suficiente. Se calhar, até é verdade. Pelo menos, ao nível do nosso mais intrínseco íntimo e do nosso mais sincero gosto, que brota de todos os nossos poros.
Outra sensação estranha, é a de que andamos normalmente atrasados em relação àquilo que nos acontece; e a de que estamos a ir a reboque de qualquer coisa, chegando igualmente fora de tempo, em relação àquilo que queríamos!
E depois claro, andamos descontentes demais e somos, cada vez mais difíceis de contentar.
Mas um dia destes, ainda havemos de acertar o passo, com o ritmo que a nossa vida devia ter e de apurar o gosto, com a maravilha que ela deveria ser!

SENTIR A COISA

Abriu assim aquela primeira aula na Universidade, aquele nosso professor, por sinal, muito bom professor – um dos melhores que tive.
“A estatística é como um biquíni, o que mostra é muito interessante, mas o que esconde é fundamental.”
D. Nuno Álvares Pereira
D. Nuno Álvares Pereira? - questionámos nós incrédulos - no tempo dele nem estatística havia!
- Pois – respondeu o professor, nem biquínis!
Escusado dizer, que de imediato se quebrou o gelo próprio do início de uma ligação escolar, além de nos despertar desde logo, o “apetite” pela cadeira.
Evidentemente que como a estatística, todas as comparações, generalizações, extrapolações, inflexões e outras ...ções quaisqueres; requerem da devida confirmação na acção, podendo ser perigosamente conclusivas.
Existe uma grande diferença, entre o estudo e a prática, entre a teoria e a acção, entre o ler e o escrever, entre o falar e o fazer, entre o ouvir e o estar lá. Apesar destas diferenças serem óbvias, também o seu complemento é essencial à percepção da necessidade. De facto, só um saber correcto pode proporcionar o melhor saber fazer.
Depois quando não sentimos a coisa, a coisa normalmente não corre tão bem. E quando mexemos na coisa, a coisa também mexe connosco.
Apesar de todas as virtudes do mundo virtual, este não pode substituir o encanto das vivências do mundo real.
Como quase tudo na vida, deve haver espaço e tempo para todas as agradáveis dicotomias no nosso quotidiano.
Mas do que nos queixamos muito é da inoperacionalidade e da disfunção da coisa. E claro, que depois a coisa desregula-se e anda anacronicamente desorganizada. O que não tem sido nada bom para a nação.
Contudo, se conseguirmos acrescentar sentimento e gosto à coisa, a coisa ainda leveda e dá bom fruto de certeza.
Por tudo isto pessoal, deixemo-nos de manias, de ilusões e de coisas; e façam, e experimentem, e sujem as botas e vivam em plenitude; não se esquecendo nunca, que o que poderão estar a esconder, será o mais fundamental das vossas capacidades e possibilidades.

Lindas

Ouvi hoje esta pequena anedota: sabem como é que se chamam às mulheres da Pérsia?
Persianas, pois então!
Ao que me ocorreu de imediato: e sabem como se chamam às mulheres de Portugal?
Lindas, pois claro!

Inconfidências


José Porvinho, pseudónimo de José Pais, nascido em Grada, Anadia em 1964; tirou Eng.ª Florestal em Vila Real (UTAD) e quando tem tempo e a espaços, é uma série de outras coisas. Iniciou-se com este livro: "Inconfidências e..."; digamos que é o seu Diário de Bolso 2005, editado pela Editora Artescrita e apresentado no encerramento da Feira de Livro de Góis em 25 de Maio último, no dia 31 de Maio no Museu do Vinho de Anadia e no dia 5 de Junho na Biblioteca Municipal da Mealhada. Será entretanto feita nova apresentação em Castanheira de Pêra, no dia 4 de Julho, feriado municipal nesta simpática e bonita vila de Interior, em plena encosta sul da Serra da Lousã - local de trabalho e de residência do autor.
O livro tem o preço de 14 € e é totalmente impresso em papel reciclado, podendo ser adquirido através de pedido para o a Wook atraves do site

Apresentação

Integrado nas Festas do concelho de Castanheira de Pêra, no próximo dia 4 de Julho - feriado municipal - será apresentado o livro: "Inconfidências e ...", pelas 17.30 horas no auditório do Centro Comunitário.
Depois, no domingo 6, a partir das 21.00 horas o autor estará na Feira do Livro de Valongo, a autografar e a conversar com leitores e visitantes.
Também pode ver imagens do autor no youtube e consultar na wikipédia, pesquisando: José Porvinho.