Abriu assim aquela primeira aula na Universidade, aquele nosso professor, por sinal, muito bom professor – um dos melhores que tive.
“A estatística é como um biquíni, o que mostra é muito interessante, mas o que esconde é fundamental.”
D. Nuno Álvares Pereira
D. Nuno Álvares Pereira? - questionámos nós incrédulos - no tempo dele nem estatística havia!
- Pois – respondeu o professor, nem biquínis!
Escusado dizer, que de imediato se quebrou o gelo próprio do início de uma ligação escolar, além de nos despertar desde logo, o “apetite” pela cadeira.
Evidentemente que como a estatística, todas as comparações, generalizações, extrapolações, inflexões e outras ...ções quaisqueres; requerem da devida confirmação na acção, podendo ser perigosamente conclusivas.
Existe uma grande diferença, entre o estudo e a prática, entre a teoria e a acção, entre o ler e o escrever, entre o falar e o fazer, entre o ouvir e o estar lá. Apesar destas diferenças serem óbvias, também o seu complemento é essencial à percepção da necessidade. De facto, só um saber correcto pode proporcionar o melhor saber fazer.
Depois quando não sentimos a coisa, a coisa normalmente não corre tão bem. E quando mexemos na coisa, a coisa também mexe connosco.
Apesar de todas as virtudes do mundo virtual, este não pode substituir o encanto das vivências do mundo real.
Como quase tudo na vida, deve haver espaço e tempo para todas as agradáveis dicotomias no nosso quotidiano.
Mas do que nos queixamos muito é da inoperacionalidade e da disfunção da coisa. E claro, que depois a coisa desregula-se e anda anacronicamente desorganizada. O que não tem sido nada bom para a nação.
Contudo, se conseguirmos acrescentar sentimento e gosto à coisa, a coisa ainda leveda e dá bom fruto de certeza.
Por tudo isto pessoal, deixemo-nos de manias, de ilusões e de coisas; e façam, e experimentem, e sujem as botas e vivam em plenitude; não se esquecendo nunca, que o que poderão estar a esconder, será o mais fundamental das vossas capacidades e possibilidades.
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